Tratamento Ludovico
O cheiro podre do ralo
Me faz enlouquecer num momento qualquer
Quem pode ser batendo as onze e quinze?
Hipnose nas curvas de uma mulher
O cheiro das suas costas
Me adormece
Me adoece
Me faz querer parar
Por mil dias
Vale um verso
Para eu poder cantar
Não tenho pressa
Para fugir dos papéis da mesa
Um olhar qualquer me embaça
A vista, por mais que peça
Que não passe essa tristeza
Ela fica e você passa
Passa...
Tudo passa, vira cuspe
Um catarro
Tudo finge, é um palco
Onde está o embaraço?
Tudo é muco do pigarro
Só me resta um cigarro
e você me pede o maço...
Me queime as costas
Uma cinza, duas folhas
Um pedaço de papel
Pinga tinta, sobram bolhas
E endereços de bordel
Pegue a brasa
Me arrasa
Nem sobrou mais nada aqui
Além da sua insensatez
O relógio adiantado
Não estou mais atrasado
Me queime as costas
Me queime o rosto
Por favor, mais uma vez.
Grito Número Duzentos e Seis:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 23:17 0 comentários
Grito Número Duzentos e Cinco:
Suplício em Silício
Pulula do cerne a questão:
Seria eu de fino vidro, ou não?
Sei que fitas e me enxergas
E isso me faz de carne forte e fraca das pernas.
Mas sinto esse velho peito de puro estilhaço
Resto de caco, desejo e embaraço
Mudo brado loquaz em canção me estilhaça
Queria ser de aço ou estar inserido em couraça
Mas é só um suspiro, um trepidar e a dúvida já me quebra a vidraça.
Postado por Dan Arsky Lombardi às 23:25 0 comentários
Grito Número Duzentos e Quatro:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 02:14 1 comentários
Grito Número Duzentos e Três:
O que o conhaque não cura
O cigarro queima e segura
A zonzura que aperta e apura
Aquilo tudo que me moi.
E para não ficar na tortura
Busco ternura no colo
De uma qualquer criatura
Ao mesmo tempo em que o pequeno diabo de dentro me destroi.
Não é só o amor, viver também doi.
Postado por Dan Arsky Lombardi às 18:37 2 comentários
Grito Número Duzentos e Dois:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 07:48 0 comentários
Grito Número Duzentos e Um:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 13:28 0 comentários
Grito Número Duzentos:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 22:55 0 comentários
Grito Número Cento e Noventa e Nove:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 02:55 0 comentários
Grito Número Cento e Noventa e Oito:
YOU CAN CALL ME (YOUR) DR. TOM
I wait your calls at midnight
I'm here to prove you're right
I'm here to make you feel like gold
When you're feeling like a dime
I always dream about your smile
Saying me that everything it's fine
Our laugh is ours
Your hapiness is mine
Count on me forever
It's not a question of time
Finish up your drinks and we can say goodbye
Or at least we can try.
Postado por Dan Arsky Lombardi às 23:27 0 comentários
Grito Número Cento e Noventa e Sete:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 21:32 1 comentários
Grito Número Cento e Noventa e Seis:
Apocalipse 3:15, 16 - "Conheço as tuas obras,
que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente!
Assim, porque és morno, e não és quente nem frio,
vomitar-te-ei da minha boca."
Postado por Dan Arsky Lombardi às 19:01 1 comentários
Grito Número Cento e Noventa e Cinco:
Abro meus olhos, existo
No início da manhã.
Quando brota uma história
Em minha mente, memória
Já não tão sã
Lembro do barco a partir
Da estrutura a ruir
E de tanto calo no dedo
De quando, sem medo,
Folheio as páginas
Sem fugir, e sem mentir
Esqueço das lágrimas lá
Enquanto as falhas farfalham no mar
Toda manhã poderia não ter o porvir
Mas levanto da cama
Com uma vontade insana
E escolho sorrir
Postado por Dan Arsky Lombardi às 10:54 2 comentários
Grito Número Cento e Noventa e Quatro:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 10:23 2 comentários
Grito Número Cento e Noventa e Três:
IRRESOLÚVEL
Existia todo conflito, civil e politizado.
Para que se evaporasse todo o problema
Era simples, sem dilema
Bastava apenas dar as mãos, igual ciranda
O som dos tiros pararia, começaria o som da banda
E viria o fim da dissensão, o silêncio das escopetas
Mas não existe "mão dada" na terra dos manetas
Postado por Dan Arsky Lombardi às 23:05 1 comentários
Grito Número Cento e Noventa e Dois:
Formigueiro de gente entupida nos trens
Postado por Dan Arsky Lombardi às 22:18 2 comentários
Grito Número Cento e Noventa e Um:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 20:29 1 comentários
Grito Número Cento e Noventa:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 23:42 1 comentários
Grito Número Cento e Oitenta e Nove:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 18:04 4 comentários
Grito Número Cento e Oitenta e Oito:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 21:29 0 comentários
Grito Número Cento e Oitenta e Sete:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 14:27 0 comentários
Grito Número Cento e Oitenta e Seis:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 22:20 4 comentários
Grito Número Cento e Oitenta e Cinco:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 19:38 0 comentários
Grito Número Cento e Oitenta e Quatro:
Toda vez que te encontro é a última vez.
E na próxima, e próxima, e próxima.
É um cigarro que não queima.
Diabos, estou puxando outro e outro do maço vermelho!
Toda vez que te encontro estou pronto para me despedir, mas nunca digo adeus.
Eu apenas puxo outro cigarro, que não queima e não diz nada, como eu.
Postado por Dan Arsky Lombardi às 20:00 1 comentários
Grito Número Cento e Oitenta e Três:
PARTE DE MIM
Parte de mim
Parte de mim
E as outras partes de mim
Partem-se em mim
Partes em cacos, jogados fora, por partes
Partes partidas, partidas de outrora
Foram parte de mim
Que partindo de mim, resolvi mandar embora
E o que sobra, assim?
E o que sobra no fim?
Uma parte, que não parte e não parte nunca de mim.
Postado por Dan Arsky Lombardi às 21:40 1 comentários
Grito Número Cento e Oitenta e Dois:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 19:56 2 comentários
Grito Número Cento e Oitenta e Um:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 14:52 4 comentários
Grito Número Cento e Oitenta:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 06:30 2 comentários
Grito Número Cento e Setenta e Nove:
Estava bêbado e começaram seus devaneios potencializados pelo vermute. Seu olhar alçavam milhas e milhas além do balcão do bar.
Imaginou-se sentado em uma esquina, acorrentado a uma placa de trânsito. Fazia um protesto contra a devastação do planeta. Uma greve de fome.
E passavam por sua volta crianças em formas de coxinhas, padres das paróquias tinham formato de pastéis, mas ainda usavam batina. E quando lhe ofereciam de comer, ou mesmo um gole d'água, gritava: "PELO PLANETA, NÃO!"
Foi quando observava o céu escarlate do entardecer percebeu a presença dos piratas do espaço em discos voadores:
-Pilhem as árvores e os animais que restam! Não deixem sobreviventes!* (*traduzido da língua dos piratas jupterianos)
Como um aspirador de pó, tudo de vida foi sorvido pelas centenas de naves gigantescas, exceto pelos humanos.
-Descarregar bombas! - gritou o Capitão da nave-mãe.
Quando imaginou a explosão devastadora, caiu da banqueta e voltou a si.
Gritou ao balconista:
- Quero um pastel de palmito e dois croquetes daqueles recheados. E um torresmo. E um daqueles ovos cozidos azuis.
O amigo, mais zonzo pelos pedidos que pelos coquetéis perguntou:
-Tanto assim de uma vez só? Vai comer por todo mundo?
-Sim, pode ser que amanhã todos estejam mortos... ou, no mínimo, de barriga vazia. Além disso, eu só sei salvar o mundo de barriga cheia. - respondeu enquanto descascava a casca azul do ovo.
Postado por Dan Arsky Lombardi às 17:27 1 comentários
Grito Número Cento e Setenta e Oito:
"Sobre a vida"- Dan Arsky - Acrílica sobre tela - 24x16cm - São Paulo, SP |
Postado por Dan Arsky Lombardi às 14:25 3 comentários
Grito Número Cento e Setenta e Sete:
Posso arranjar mais energia
Nesse intrépido dia
Com uma xícara extra de café!
Apertado, sufocado,
Amontoado junto à ralé
Pulo do bonde gritando:
"São só vinte quilômetros,
Eu consigo ir a pé!"
Postado por Dan Arsky Lombardi às 23:37 3 comentários
Grito Número Cento e Setenta e Seis:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 13:47 3 comentários
Grito Número Cento e Setenta e Cinco:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 16:52 4 comentários
Grito Número Cento e Setenta e Quatro:
Eu poderia dizer que meu coração é algo simples ou incrível.
Existem milhões de metáforas legais que eu poderia usar.
Mas meu coração é só víscera, um punhado de carne.
Eu te amo e ponto final, sem metáfora, simples assim, como o amor deve ser.
Postado por Dan Arsky Lombardi às 18:50 3 comentários
Grito Número Cento e Setenta e Três:
Fingi ter o coração pequeno
Para a que a dor fosse minúscula
Como se fosse só uma gota, uma gota só de veneno
Mas a dor é astuta, sempre é proporcional
Naquele dia sofri dela, tão bruta, com meu coração pequeno
A dor mais colossal.
Postado por Dan Arsky Lombardi às 14:22 2 comentários
Grito Número Cento e Setenta e Dois:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 22:07 2 comentários
Grito Número Cento e Setenta e Um:
O MISANTROPO (clique na tirinha para ver em tamanho grande)
misantropo |ô|
(grego misánthropos, -os, -on)
Postado por Dan Arsky Lombardi às 21:20 0 comentários
Grito Número Cento e Setenta:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 11:55 3 comentários
Grito Número Cento e Sessenta e Nove:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 13:00 2 comentários
Grito Número Cento e Sessenta e Oito:
DE PEDRA
Postado por Dan Arsky Lombardi às 14:49 1 comentários
Grito Número Cento e Sessenta e Sete:
...Ah, eu e minha mania boba de romantizar os personagens da vida real!
Postado por Dan Arsky Lombardi às 23:22 5 comentários
Grito Número Cento e Sessenta e Seis:
Uma linha escrita é um pedaço da gente posto para fora.
Às vezes é um teco que se vai e dói tanto...
Às vezes é um alívio ver o pedaço partindo, escorrendo pelo ralo abaixo.
Algumas vezes é suspiro, algumas vezes é grito.
E por mais estranho que pareça, há uns vários estranhos levando pedaços meus em seus bolsos.
Postado por Dan Arsky Lombardi às 21:05 2 comentários
Grito Número Cento e Sessenta e Cinco:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 23:05 2 comentários
Grito Número Cento e Sessenta e Quatro:
Mas é, como se uma recompensa fosse, recebê-la.
Um pétala sozinha, não vai nunca fazer arder a primavera, mas abre um sorriso de canto de boca da dona da pele que a toca. E se houver maré de flores em breve, que venham os sorrisos.
Mas aquela pétala é inesquecível...
Postado por Dan Arsky Lombardi às 20:08 1 comentários
Grito Número Cento e Sessenta e Três:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 23:30 0 comentários
Grito Número Cento e Sessenta e Dois:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 22:42 1 comentários
Grito Número Cento e Sessenta e Um:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 22:54 1 comentários
Grito Número Cento e Sessenta:
Gosto de vento nos lábios frios
Luz que ofusca a visão e voz que condena
Minha alma que te ama é a mesma que me envenena
Mundo de perfídia e escárnio paralelo
Com o pouco que construo, de labuta me flagelo
Com o suor enxugado pelos calos, acorrentado por liberdade
Tiro de mim o que mais incomoda de verdade
Sem mais olhos em olhares
Nenhum navio no porto
O dia em que deixei de amar
Foi o dia em que me encontrei morto.
Postado por Dan Arsky Lombardi às 20:47 2 comentários
Grito Número Cento e Sessenta:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 16:06 3 comentários
Grito Número Cento e Cinquenta e Nove:
Qual as sombras que protegiam, escuras iguais, havia a sobra da noite fria, do monte calvo e das hostes celestiais.
Embora não fosse o morro que chorasse as noites e as sombras como se vivo, eram as minhas almas, de meu peito.
Eu era o monte Calvo, eu era meu próprio inimigo.
Escute enquanto lê:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 22:23 0 comentários
Grito Número Cento e Cinquenta e Oito:
Postado por Dan Arsky Lombardi às 13:25 2 comentários