Grito Número Catorze:

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Onde já se viu escrever em guardanapos de bar para depois passar do bolso ao baú?
A tinta do poeta é o EGO.

Grito Número Treze:

quinta-feira, 26 de novembro de 2009


Pingos na janela não me fazem esquecer, pelo contrário, a água fina e suja das vielas me lembram demais você.

Grito Número Doze:

Duzentas Máscaras

Na alcova da alma
Minhas máscaras escondidas
Que do rosto à palma
São trocadas e escolhidas

Com a de doce elixir, te faço sorrir
Com a de perfume de flor, te faço amor
Com a de aço, não passo embaraço
Com a de pregos e maldade, sou eu de verdade?

Com a de cacos de vidro,
o que pode ter restado
Das dezenas de outras?
Em ordem estão colocadas
Do algodão ao diamante
Pois podem ser usadas
Em qualquer instante

Com a máscara de sal, agora lhe seco, lhe faço mal
Te jogo ao inferno onde dorme tua quimera
Te tiro e te quebro, longe de teu pedestal
Máscara aderida de forma eterna
Devo lhe dar máscara alguma, lhe cobrir o rosto de porco.
Eu sem máscara nenhuma, lhe mato ou estou morto.
Por que, diabos, eu cobriria agora meu rosto?
Afinal, se rei morto...

Grito Número Onze:

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Em determinado momento dessa madrugada me deparei pela milionésima vez um trecho de uma das músicas da minha vida pululando em minha mente, enquanto eu fazia um manuscrito para um trabalho da faculdade.

"Rastejando em pânico na multidão, tenta recolher as pressas seus remédios no chão. Enquanto a lama os dissolve qual deles vai salvar? O que alivia a dor ou o que te faz sonhar? Como ter a certeza de uma escolha justa?"

Nestes versos proferidos por Fábio Altro na canção "Macaco com Navalha" vem a dualidade de se encontrar na situação em que nos encontramos, estou falando de qualquer aspecto, pode escolher: político, social, cultural, espiritual, sexual; não importa! O fato é que todos nós de fato, estamos rastejando em pânico na multidão e tentando recolher nossos remédios ao chão.

Usar essa metáfora é um dos caminhos que eu escolhi nas minhas dualidades. Cabe agora, escolher qual dos remédios em potencial destruição irei salvar dos caminhos barrentos: 'o que alivia a dor ou o que me faz sonhar?'
Aí que aparece a grande beleza dessa filosofia que eu tatuei na minha vida. Não há a certeza da escolha justa, porque os maiores sonhos, vem da dor. Foi assim que Gandhi sonhou com a independência de sua Nação; que Bola-de-Neve tomou a fazenda dos humanos e que Hilde descobriu que o mundo de Sofia foi escrito e desenhado para ela.
Os remédios estão se dissipando no barro... qual você irá salvar?

Grito Número Dez:

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Nos Conformes

Deforma e
Forma o
Disforme
Conforme
Os conformes.
Conformado
Da forma
Da norma.
Norma
tão morna...

...e morta.

Grito Número Nove:

quarta-feira, 11 de novembro de 2009


Há um tempinho atrás acompanhei a saga de vitórias brasileira para sediar dois dos maiores eventos esportivos do planeta. Tanto naquele instante em que assistia milhões de brasileiros pulando e gritando de alegria para sediar as olimpíadas logo em seguida da copa do mundo de futebol, quanto no que foi surgindo quanto à esse respeito depois foi alvo da minha tamanha indignação quanto a realização destes eventos num país como o nosso.
Em primeiro lugar, o Brasil não é o país do futebol, muito menos do carnaval que os gringos vem aqui assistir e esfregar o caralho nas nossas mulatas. O Brasil é sim o país do menino de treze anos viciado em cocaína e acorrentado no sofá pela própria mãe; é o país do esgoto a céu aberto, da dengue, malária e do latrocínio no calçadão do Rio de Janeiro. É a gloriosa nação do salário mínimo; o maravilhoso país que samba e festeja ao saber que muito dinheiro vai ser usado para príncipes de Mônaco jogarem badminton ao invés de colocar um teto embaixo de cabeças faveladas e descobertas. Serão gastos milhões para a população brasileira se bobotizar na “masturbação mental” que é a copa do mundo de futebol ao invés de ajudar um menino de 6 anos que estraga seu pulmão cheirando uma lata de cola de sapateiro por dia, para não sentir fome e esquecer que foi esquecido.
Em segundo lugar, coloco o Brasil como o país do “abraço nu”. O que é o “abraço nu”? Trata-se do mais caloroso abraço que você pode receber de bracinhos desnutridos, esquálidos, secos.
Como é possível, abrigar milhares de turistas numa cidade (ou várias quando se trata da copa) onde não há vagas nos hotéis; aliás, não há nem casa para os próprios habitantes?
Neste momento entra nosso patético e ridículo governo, com planos de implantação de centenas de hotéis. E por que não construí-los em uma reserva ambiental? Sim, é fato. O Rio de Janeiro tem uma de suas reservas ambientais ameaçada para a construção de alguns resorts. Ponto negativo para esta sede esportiva mais uma vez.
Para finalizar esse grito mudo, que deveria ser mais sonoro que a maior das explosões, vem a pergunta para você, que por acaso está lendo meu blog, está recebendo a minha opinião: “o que nós vamos fazer?”. Não há muito o que se fazer além daqui, além de boicotar esses eventos. Dificil para você fazer isso? Sinto muito então e espero que você nunca precise do que as pessoas (que o governo brasileiro vai dar sumiço nos anos dos eventos) precisa agora.
Gritar agora e sempre é a solução! Vire as costas pra essas partidas.

Grito Número Oito:

domingo, 1 de novembro de 2009

É só olhar e dizer, mas há quem cerre os olhos e se cale.
Como escolher justamente?