Grito Número Cento e Trinta:

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

UM FÓSFORO DE EMMA GOLDMAN

Fiz de anéis os pinos de granadas.
Casamento de pólvora.
Dancemos na noite sem esperar por alvorada.
Ouço de fundo os canhões de glória.
A guerra terminou e varreu os homens valentes e covardes.
Varreu a lua e as estrelas da tarde.
Ah, como te amo, estopim!
Justamente por ser estopim.
Ser o meio entre a ânsia da beleza e os fogos de artifício formando cores leves no céu de aço.
Deixei meus cigarros de lado.
E usei meu último fósforo em ti.
As fagulhas são preâmbulo, o lançamento é o crescendo.
E os fogos coloridos somos nós, trasmutando do largo para o vivace, dançando meio ao caos.
Porque esta não é nossa revolução se não pudermos dançar, não é mesmo?

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