MESSIAS TORTOS
Filosofia vã, crença barata em deus morto
Quero crer, mas não vejo fé, nem mesmo em mim
Minha face carrega o resto do corpo
Em um barco ou em um copo com fósforo ou gim
Ser o poeta da carne, o escritor maldito
Por isso fugir, por isso aflito
Por isso superar
O limite entre céu e mar
(O horizonte está torto)
A maleta, o chapéu
O cachimbo, o pincel
A batalha contra o eu
E as estrelas gritando no céu
(-Esquiva do gancho, pega o canalha!)
E assim, que toda fé (ou falta dela) se esqueça
Pois tudo faz sentido
Quanto tudo além do umbigo
Está de ponta cabeça
(E isso continua a não ser um poema.)
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