Grito Número Cento e Quarenta e Oito:

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

MESSIAS TORTOS

Filosofia vã, crença barata em deus morto
Quero crer, mas não vejo fé, nem mesmo em mim
Minha face carrega o resto do corpo
Em um barco ou em um copo com fósforo ou gim

Ser o poeta da carne, o escritor maldito
Por isso fugir, por isso aflito
Por isso superar
O limite entre céu e mar

(O horizonte está torto)

A maleta, o chapéu
O cachimbo, o pincel
A batalha contra o eu
E as estrelas gritando no céu

(-Esquiva do gancho, pega o canalha!)

E assim, que toda fé (ou falta dela) se esqueça
Pois tudo faz sentido
Quanto tudo além do umbigo
Está de ponta cabeça

(E isso continua a não ser um poema.)

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