VOLVER
A neve me faz adormecer na trincheira.
Eis que chega a solidão no ataque.
Munida de baioneta, tabaco e conhaque.
Espeta meu peito e diz que não haverá esperança.
Sem clemência.
Sem tempo ou paciência.
Vou defianhando.
E quando quase agonizando,
E nos meus erros pensando,
Chega aos ouvidos uma doce voz
Que diz que não preciso mais estar só.
E a voz me revigora.
E meu peito que até então chora
Me mostra que depois do negro agora
Pode vir manhã clara
Mas volta a noite para minha trincheira
E mais forte e derradeira
Volta camuflada a solidão
Me toma a mão e me leva mais uma vez ao trapo.
E à baioneta, ao conhaque, tabaco.
5 comentários:
A solidão é perseguidora fiel dos desesperançosos, e por mais que o conhaque e o tabaco sejam bons aliados, o vazio consegue inundar o peito e tornar convicção em pó. Aos mortais resta esperar o úlimo suspiro do moribundo, ou então se lançar pra fora da trincheira de uma vez.
Não havia pensado nisso, mas talvez o grande problema seja a trincheira. Mudando de endereço, talvez a solidão não me encontre mais.
E aí vai um grande grande abraço!
Profundo... tb escrevo... de vez em quando posto no blog...
Parabéns!
Um beijo,
Nica
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