Grito Número Noventa e Quatro:

quinta-feira, 5 de maio de 2011

SETE ESTRELAS TATUADAS (As Histórias de Um Velho Lobo do Mar)

Marcados por fatos nada importantes
Se alegram das primaveras contadas
Não se nota nenhuma estrela tatuada
No peito desses pobres navegantes
QUE NUNCA SAÍRAM DO LUGAR!

Apenas poeira nas estantes
Sem nenhum prêmio a estampá-las
Livros velhos não contam histórias
Não se assemelham aos heróis de antes.
POIS NUNCA SE JOGARAM AO MAR!

Nem hidras, nem instantes
Aventuras apenas inventadas
Ao ar sempre jogadas
Não existe em teu corpo
RESQUÍCIO DE CAVALEIRO ERRANTE.

A primavera passa e o inverno vem para as formigas
E as cigarras cantam glórias
Sem ter nada em suas barrigas...

Marcado pelo escorbuto
O marinheiro velho conta histórias
De seus tempos de roubusto
Da era de mil glórias
Apaixonou-se por sereias
Tempestades no mar e de areia
Mil tesouros para enterrar.

Gancho e espada estão manchadas
E mostram veracidade dos fatos
Lhe sobraram meus amigos
Neste seu aniversário
A chance de inventar boatos.

A primavera passa e o inverno vem para as formigas
E as cigarras cantam glórias
Sem ter nada em suas barrigas...

Mais um aniversário,
quantos troféus há em sua parede?
Não se sinta mal, não se sinta mal
Quantas conquistas marcaram seus dias?
Mantenham as velas de bolo acesas...
para o seu próprio FUNERAL!

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