Sobre procurar piratas enquanto estou bêbado...
Tomar uns tragos sozinho numa noite de sexta-feira.
Esperar minha testa adormecer.
Chegar naquele momento que nem sei como consigo escrever.
Nem sei como começar a pensar no que quero escrever.
Como consigo estar aqui.
Não sei como cheguei a tentar escrever sobre algo.
E fico beirando o mar, com as mãos nas ondas, tentando pegar alguma coisa, qualquer coisa.
Mas a àgua passa por entre meus dedos e não me deixa de mãos limpas.
Acabo enfiando a cara na água, pra tentar me afogar de mentira, pois sei que sou covarde demais pra aguentar me ver faltando o ar.
Me sobra a boca salgada de mar para lembrar do Tyler Durden que não me acompanha.
Mas, na verdade, quando afundo tudo na beira da praia, só procuro navios naufragados ou piratas amaldiçoados.
O cheiro de rum do meu bafo deve atrair lobos do mar, daí vou tentar me encontrar com um corsário, pra ver se ele acaba levando a dor embora nas pilhagens que ele faz.
4 comentários:
enquanto enterravas sua face em lágrimas salgadas
prefiri esconder-me em minhas próprias mãos
esconder minha boca sem sorriso
e meus olhos desfocados
mas continuei a ver meus dedos...
se os dedos ainda são meus
se tocam meu rosto afundado
então eu me sinto...
de repente, a vela do navio pareceu mais branca
e o mar pareceu sereno
as ondas garentem que o mar não seja sempre o mesmo
assim também são os sentimentos
e não são ambos,
o mar e o sentir,
grandes aventuras?
não me levam, ambos,
a novos mundos?
a ilhas, histórias, pessoas...
não buscam os piratas tesouros?
o que devem então buscar meus sentimentos?
Muito bom ses 800 gritos mudos, parabéns!
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