Grito Número Cento e Oitenta e Um:

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

PESADO PESAR 


No dia em que apenas sobrou apenas osso e cabelo de seu corpo, antes troncudo e nobre; e as joias da família trocadas em festança, desejou ter escrito um bom livro sobre o amor e outras coisas que nunca julgou bonitas. 

Grito Número Cento e Oitenta:

terça-feira, 7 de agosto de 2012

SOBRE TENTAR AQUECER-SE NA TERRA DA GAROA

Percebo que a garoa escolhe meu rosto, as gotas escorrem pelos fios da barba e os óculos ficam embaçados.
Um frio tímido aparece e com os golpes de vento relapsos acentuam a umidade do corpo, fazendo o frio tomar o corpo.
Sigo caminhando na garoa mansa pelo vale do Anhangabaú, rodeado pelos edifícios que contam histórias e avisto o meu favorito, lá no topo do topo, como um rei que majestosamente observa e zela por seus súditos ao tempo que exibe garboso sua realeza.
Isso é meu, penso. E o lar é onde o coração está, concluí. 
E segui olhando e sorrindo rua acima até um lugar que eu pudesse tomar um café passado, posto naqueles copinhos americanos, servidos nos balcões de pedra, acima de onde penduram sacos de laranja.
Terminado o café, senti amornado o peito, mas, ainda que seja romantismo de minha parte, acredito que não foi o cafezinho do jeito que adoro que deixou tépido meu estado, e sim tudo a volta que aquecera meu coração com a magnitude que somente a Pauliceia injeta aos que se aventuram por seus becos e avenidas.