SONHOS DE QUASÍMODO
Funesto, bestificado
Carne crua, mal amado
Cigana nua, ele amordaçado
Estranho amor, estranho amor...
Triste, puro,
Deformado.
Bela e cruel,
Fazendo seu papel.
Quanta dor, quanta dor!
Pelas torres se esgueirando
As gárgulas se faziam irônicas
As carolas tão atônitas
A gritar, a gozar
Deixou o cancro tomar-lhe o corpo
Sua doença foi tomar a luz ofuscada pelos vitrais
O sineiro fez sua vez
Victor, o que você criou?
Com suas badaladas mortais,
Mais uma gárgula para as catedrais!
A sabatina começou!
Sabatina nas catedrais!
Serpentina nos carnavais!
E o pobre cheirando os restos mortais
Daquela que nunca o amou...
Sobrou martírio nas ossadas
A última tentativa do jamais-amado
Resquício das covas entrelaçadas
Dois esqueletos, um esguio e um deformado
O leito rochoso lhe deu a maldita paz!
Surdo, coxo, infeliz
0 comentários:
Postar um comentário