Grito Número Cento e Sessenta e Oito:

segunda-feira, 30 de abril de 2012

DE PEDRA


Meu coração é daqueles duros, duros feito pedra.

Pois somente assim para conseguir amar em tempos como esse.

Grito Número Cento e Sessenta e Sete:

terça-feira, 24 de abril de 2012

SÓ EXISTE LUA NOVA PARA O QUE NÃO LEVANTA A CABEÇA PARA NADA

Ela era uns poucos pares de anos mais velha do que eu. Sua pele era tão pálida quanto o astro a que fazia referência seu nome.
Mas a pobre Luna não era tão feliz quanto uma noite de luar de céu purpúreo, devido à circunstância dos fatos. Boatos sobre uma libidinosa aventura solitária na sauna do clube renderam-lhe apelidos maldosos de cada jovem malicioso que vivia naquela pequena, pacata e maldita cidadezinha provinciana do interior do Paraná.
Eu tinha por volta de doze anos e ela já era uma moça, quando eu a via passando vexaminada pelos corredores de nosso colégio. Seus lindos olhos negros sempre olhavam para baixo. Eu só a conhecia de vista e de boatos, cada vez maiores.
Um dia eu disse para aqueles olhos tímidos de tão ridicularizados que foram por tanto tempo: - Oi, Luna! - e sorri um sorriso imbecil e inocente. Ela ergueu seus olhos sem dizer nada, me sorriu com o canto da boca e seguiu seu caminho. Vi pequenas estrelas em seu olhar e ouvi as velhas águas passarem por debaixo da ponte sem deixar saudade.
Ela nunca me disse uma só palavra, mas seguiu sempre sorrindo para mim com seu canto tímido, talvez por eu ter usado seu nome uma vez no lugar do apelido infame. 
E quão tolos eram os que não puderam enxergar, ainda que todos seus boatos fossem verdades, como eram inocentes aqueles olhos escuros!


...Ah, eu e minha mania boba de romantizar os personagens da vida real!
  

Grito Número Cento e Sessenta e Seis:

segunda-feira, 16 de abril de 2012

 PARTE DE MIM VIAJA EM UM CASACO XADREZ DE PERFUME ALMISCARADO

Uma linha escrita é um pedaço da gente posto para fora.
Às vezes é um teco que se vai e dói tanto...
Às vezes é um alívio ver o pedaço partindo, escorrendo pelo ralo abaixo.
Algumas vezes é suspiro, algumas vezes é grito.
E por mais estranho que pareça, há uns vários estranhos levando pedaços meus em seus bolsos.

Grito Número Cento e Sessenta e Cinco:

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Ainda que esteja quase morto, absorva as cores. Devore os arredores. Relembre as canções que fizeram seu coração parar, antes que este pare, daquele jeito chato e desbotado.

Grito Número Cento e Sessenta e Quatro:

segunda-feira, 9 de abril de 2012

SOBRE PLANTAR E NÃO COLHER, POIS NEM TODA PLANTA DÁ FRUTOS (OU AQUI SE FAZ E ACABOU)

Não existe recompensa, nem terrena, nem divina, para quem faz uma bondade.
Mas é, como se uma recompensa fosse, recebê-la.
Um pétala sozinha, não vai nunca fazer arder a primavera, mas abre um sorriso de canto de boca da dona da pele que a toca. E se houver maré de flores em breve, que venham os sorrisos.



Mas aquela pétala é inesquecível...





(Quanto mais pessoas aderem à um comportamento ético, 
independente de recompensa e análise de mérito, 
mais fácil fica das ações éticas chegarem a você. 
Isso é além da pétala, isso é também uma semente.)

Grito Número Cento e Sessenta e Três:

segunda-feira, 2 de abril de 2012

SER FORTE