Grito Número Vinte e Dois:

domingo, 24 de janeiro de 2010

Raiou o Sol Sangrento

Era tão belo observar
Dois jovens apaixonados
Mais que carnal
Relação impressionante

Os pais de ambos a censurar
Os corações acompanhados
Inviolável como metal
A proibição deste romance

Mudavam os jovens de lugar
Eternamente acorrentados
Dor infernal
Não esquecer o romance

Numa noite o céu a chorar
Pela alma dos condenados
O preto-e-branco deu espaço ao instinto animal
Destaque ao sangue e sua nuance



o rapaz serrou a cabeça dos avós
sem dó, piedade ou arrependimento moral
sentiu seu coração palpitante
mas era de ódio, não do amor

a menina matava os pais com um martelo enquanto eles dormiam
suja de miolos em nome de um coração fribrilante
mal sabia ela que sua libido era fruto da dor
o rapaz nada mais que um amante

tudo que os pais proibiam
sempre esteve afogado no mar
sob o desejo de empilhar corpos num monte

assim os dois saiam
a se amar, odiar e matar
e a beber sangue direto da fonte