Grito Número Noventa e Dois:

segunda-feira, 25 de abril de 2011

FRUSTRAÇÃO

E se aproximando o momento do rugido de vitória lembrei-me de meu currículo: a primeira e única revolução efetiva que participei foi quando concluí uma mijada inteira sem pingar fora do vaso.
Ainda assim resolvi brindar à tentativa que o momento me ofecerera, com canções de liberdade, meio às flores despedaçadas e pinos de granada, mas minha garganta estava repleta de rouquidão.
E ao colher os cravos não-pisados do chão, os ergui apontando para os céus, com lágrimas nos olhos e mudo, para celebrar o fim a opressão crônica.
Então fui queimado com napalm junto com todos que gostavam de cantigas sobre flores.

1 comentários:

Patrícia Müller disse...

Oque você escreve é tão profundo...