Grito Número Trinta e Sete:

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Li há pouco a história de um pássaro morto e como ele fez o escritor refletir. Refleti sobre sua reflexão.
A ave viveu na gaiola que caiu de um alto andar de um prédio; ao chão a gaiola intacta e restos de pena numa estanha sopa de sangue no asfalto.
Já não podemos voar, e os grilhões tem mais força que a vida.
Grilhões, grilhões, grilhões, eu tenho usado demais esta palavra.
Talvez esteja realmente preso, talvez esteja precisando gritar de verdade e não me prender ao teclado, monitor, insônia, cansaço e café.
Ando me sentindo solitário e isto até tem sido bom, pois tenho desabafado comigo mesmo.
Esse texto é o mais visceral que já postei aqui, estou num momento Bukowski, mas não quero que meus gritos sejam pedaços dos diários mentais que componho em minha cabeça.Este espaço é para a arte que sai dela.
Vamos todos morrer, e o que vai sobrar de cada um de nós?
De mim, meus gritos mudos, minha ânsia de viver, minha vontade de ser eu mesmo e de ser ouvido, meus sacos e mais sacos de sementes de flores do mal.
Talvez um film noir sobre qualquer assunto estúpido que pareça genial aos meus olhos.
Ando carregando um fardo que não sei o que é, nem de onde vem, nem o porquê de estar em minhas costas.
Quero que minha gaiola caia de um abismo, para que eu possa sair voando por qualquer lugar.

1 comentários:

Bruna Barievillo disse...

Nossa, esse teu insight é simplesmente fantástico: Quero que minha gaiola caia de um abismo, para que eu possa sair voando por qualquer lugar". Acho que é isso, chegar a um abismo, dar de cara com o que temos de cru e de louco dentro de nós, nada mais é que se abrir um campo de possibilidades...

amei! Você é sempre genial!