Grito Número Dezenove:

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Analfabeto, necrófilo, tresloucado.

Andei
Beijando
Cadáveres.
Delírio
Estranho?
Fugindo,
Grunhindo
Homéricamente,
Institui
Jeito
Louco,
Mas
Novo,
Onde
Poucos
Querem
Receber
Sedução
Tenebrosa.
Um
Verdadeiro
Xeque-mate
Zombeteiro.

Grito Número Dezoito:

sábado, 12 de dezembro de 2009

A História de Turgel

Nasceu da luz jorrada da ponta do dedo de Deus, uma pequena criança com asas brancas. Sempre iluminado, defendia as crianças, os animais e os anciãos dos perigos das trevas.
Nunca quis ser maior que o Todo-Poderoso, o grande erro de Lúcifer, mas de certo modo, tem uma tragetória semelhante a do matuto Diabo. Em certas ocasiões, Turgel se encontrava com sentimentos humanos maravilhosos, que nenhum outro anjo da prole divina havia sentido. Como se sabe, os anjos não tem sentidos como tato, visão e paladar, eles enxergam, cheiram, veêm e sentem o mundo de uma forma única, através da bondade e amor. Aliás o que nutre e alimenta os anjos é puramente a bondade e o amor.
Os sentimentos nutriam Turgel, assim como os outros anjos, mas além de nutri-lo e revigorá-lo, o pequeno anjo conseguia sentí-los como um humano comum. E aqui que Turgel se tornou diferente dos outros anjos, pois começou a viver os sentimentos.
Se levou pelo amor, sorriu com a alegria, flutou com a paixão, se sentiu forte com a convicção.
Até que se encontrou no momento em que se depara com um fruto púrpura e diferente, de tudo que já vira e sentira em sua vida atemporal celeste. Um fruto que provou e adorou seu gosto, tinha gosto de "domingo de manhã" misto com "tudo que não se pode ter". Esse fruto não era o pecado de Adão, nem mesmo um dos sete crimes capitais.
Se sabe que o fruto tornou as asas de Turgel sarnentas e putrefantes. Sanguinolentas e asquerosas. Até o dia em que as perdeu, caídas ao chão. O fruto Transformou seu corpo em algo esquálido e triste. Tornou-se um homem qualquer.
Morreu de ódio, sentimento que adorou em seus minutos de humano.Seu pequeno coração não foi páreo para um sentimento tão estrondoso.
O já morto Turgel, no meio de um bosque qualquer, foi deteriorado pelo tempo e gerou árvores e árvores do fruto púrpura o qual havia ingerido por vontade própria e curiosidade, um fruto chamado razão.

Grito Número Dezessete:

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Forçado Poeta

Esfolar a própria carne, sofrer de verdade, no objetivo de compor poemas da sua própria realidade.

Grito Número Dezesseis:

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009






O Céu de Munch


Olhar para cima e proclamar qualquer verso vindo a mente
A agonia profunda torna a coragem capaz
O reflexo do alaranjado aos olhos se faz presente
Para outro pôr-do-sol ser visto jamais

O crepúsculo adormecido faz um convite permanente
Para uma viagem de punhaladas por trás
Para deitar e sentir o novo mundo dormente
Uma viagem sem volta à pecados capitais

O que me sobrou para viver?
Que lâmina funciona para sorrir?
A água seca no aflorar da vontade

Que fôlego engulo para vencer?
Se sentimento não tenho para sentir?
Sou céu vermelho, de verdade...


...SOU MAIS QUE ISSO, EU SOU O GRITO.

Grito Número Quinze:

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Debutando meus gritos ainda tão mudos, o décimo quinto grito.
Existirá rouquidão no octingentésimo momento?

As cartas de Mary

Os selos usados, carimbados
Doces enlatados
Homens loucos solitários
Admiram marcas de nascença

Coleções de bonecos engraçados
Tão tristes por serem animados
Sem movimentos nos armários
Enfeitam a nossa sentença

Estar aqui não significa nada
Se para nada estamos aqui
Estejamos onde estiver

Viver através das teclas apertadas
Para podermos o mínimo sentir
E morrer feliz numa manhã qualquer




(poema criado nesse instante baseado no filme Mary & Max (2009) de Harvie Krumpet)