Grito Número Sete:

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Este é um grito mudo de cunho pessoal; um grito de agradecimento a diversas pessoas. Um grito às pessoas que me fizeram ser o que sou hoje.
Algumas delas, são pessoas que sequer me conhecem, que simplesmente me sorriram na rua. Outras delas estão tatuadas na história da minhha vida, da forma mais profunda.
Adentrando nas ondas desse grito: quando somos jovens demais, sem preocupações, naquele início de adolescência, quase todos os dias um pouco do nosso caráter é moldado. Uma amizade, uma música, uma imagem, uma palavra, um pouco de sangue, uma gota de bebida, milhares de decepções são as mãos que esculpem o argila que se tornará barro rijo em breve.
Alguns momentos em peculiar me fazem ter absoluta certeza de que me botaram neste caminho, porém não irei citá-los.
Houve litros de lágrimas nestes momentos.
Indignação.
Resignação.
Sangue, ira, depressão.

E ainda uma centena de tentativas colossais de mudar o que já era intrínsseco em mim, por tudo tive sorte, foram tentativas falhas, pois a massa que moldou meu caráter era ácida demais para qualquer vagabunda ou filho da puta colocar a mão. Talvez uma ou duas cutucadas que reforçaram o curso natural das coisas, nada mais.
E o curso final está diante dos meus olhos nesse momento, o momento que eu pude escolher ser probo ou ser um grandissísimo filho da puta, com tudo e todos. Estava sentando num apartamento estranho, numa cidade assustadora assistindo meu filme favorito pela primeira vez. Parecia que o personagem me disse assim: "você é como eu, com a diferença de ter escolha."
Que momento grandioso, saí pelas ruas com a mente cheia de pensamentos e sabendo que aquele momento seria um dos mais importantes da minha vida:
chegara a hora de escolher entre ter a fala mansa com um trilhão de palavras ou ser quem eu sou hoje, um ensurdecedor grito mudo, no caminho certo.

2 comentários:

#luizp. disse...

Frank Sinatra
My Way

E agora o fim está próximo
Então eu encaro a cortina final
Meu amigo, Eu vou falar claro
Eu irei expor meu caso do qual tenho certeza


Eu vivi uma vida por inteiro
Eu viajei por cada e em todas as estradas
E mais, muito mais que isso
Eu fiz do meu jeito


Arrependimentos, eu tive alguns
Mas então, de novo, tão poucos para mencionar
Eu fiz, o que eu tinha que fazer
E eu vi tudo, sem exceção


Eu planejei cada caminho do mapa
Cada passo, cuidadosamente, no correr do atalho
Oh, mais, muito mais que isso
Eu fiz do meu jeito


Sim, teve horas, que eu tinha certeza
Quando eu mordi mais que eu podia mastigar
Mas, entretanto, quando havia dúvidas
Eu engoli e cuspi fora
Eu encarei e continuei grande
E fiz do meu jeito


Eu amei, eu sorri e chorei
Tive minhas falhas, minha parte de derrotas
E agora como as lágrimas descem
Eu acho tudo tão divertido
De pensar que eu fiz tudo
E talvez eu diga, não de uma maneira tímida
Oh não, não eu
Eu fiz do meu jeito


E pra que é um homem, o que ele tem que conseguir
Se não ele mesmo, então ele não tem nada
Para dizer as coisas que ele sente de verdade
E não as palavras que ele deveria revelar
Os registros mostram que eu recebi as desgraças
E fiz do meu jeito

Leonardo Otero disse...

Impossível ter imparcialidade lendo esse texto. Uma única pessoa me passou pela cabeça agora, mas vou me conter.